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quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Milo Manara, um gênio da arte erótica?

Milo Manara nasceu em Luson, na Itália. Gênio compreendido por muitos, mas na verdade é visto por uma parcela considerável como responsável por muitas e muitas horas no banheiro.


Detentor de um traço sem igual, principalmente quando dedica-se a desenhar mulheres, muitas vezes seu traço acaba colocando de lado as histórias que narra e as críticas que existem inerentes a sociedade.

Apenas quem leu, com as duas mãos, o material de Manara pode perceber o quanto ele é politizado em relação ao trato dos seres humanos, e isso até mesmo usando do sexo como forma de transmitir sua mensagem de um modo quase que subliminar. Em diversas de suas histórias você excita-se com as imagens expostas nos quadrinhos, mas ao ler com afinco o que acontece, sente-se envergonhado de sentir prazer, ou orgulhoso - tudo depende de seu valor moral.

Uma de suas obras que tive o prazer de ler foi Borgia, que trata de uma época obscura tanto para a Igreja Católica quanto para qualquer outra autoridade da época ou mesmo para alguns determinados professores de história que costumam romantizar as coisas.

Com o tradicional erotismo em sua arte e a colaboração de Jodorowsky, Milo Manara expõe de modo nada sutil as sujeiras que existiam na Igreja Católica da época. Tudo isso em torno da família Borgia e o esforço de Rodrigo Borgia para se tornar Papa a qualquer custo, seja ele moral, financeiro ou a custa da vida de fiéis.

É uma história dividida em partes, e as duas primeiras já foram lançadas no Brasil pela Editora Conrad, estando a venda na loja da editora ou em livrarias especializadas. Outras obras do mestre também foram lançadas por aqui, mas destaco essa em particular pelo conteúdo forte e história completamente amoral, onde o traço Milo Manara se mistura com perfeição a toda a podridão da decadente nobreza, e pra quem tem um senso erótico sádico, vira um prato cheio.

Obviamente existem outras obras do autor, traduzidas ou não, mas enfoquei apenas essa para dar o tom do post, que não é simplesmente fazer mais uma postagem como tantas outras que existem puxando literalmente o saco do autor/artista, não é esse meu objetivo, mas sim levantar uma questão:

Se ele não fosse adepto da arte erótica, seria ainda assim um gênio?


Sério, vejo uma série de artistas tanto nacionais quanto internacionais que desenham tão bem ou melhor que ele (considerando que falo de gosto pessoal, e como cu, cada um tem o seu e faz dele o que quiser) mas nenhum deles possui sua fileira de idolatria. Seria ele importante somente pelas masturbações que proporcionou aos outros ou pela maneira como fez a masturbação se tornar algo sujo quando se lê seu material junto com as figuras? Ou simplesmente pelo argumento em si?

Ficam os questionamentos...

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