Obviamente esse texto contém comentários sobre partes do filme que se não assistiram, podem estragar alguma surpresa... Ou apenas atiçar a curiosidade.
Ontem me deparei com minhas próprias expectativas ruins, motivadas por minha péssima e descepcionante experiência com o filme Bruxa de Blair, cuja proposta de fazer um filme sob a perspectiva de quem filma, em primeira pessoa, me descepcionou. Até apelidei o filme de "Monstro de Blair".
Graças a deus de certa forma mordi a língua, ao menos um pouco.
O filme tem um ritmo frenético e o tempo todo há tensão nas cenas, mesmo quando começamos a perceber que o filme está acabando. Convém lembrar que desde o início sabe-se seu final. Mas seu mérito não está na tensão que causa, mas na forma como aquilo te envolve, como aos poucos você vai se sentindo como alguém que está realmente recebendo o relato de algumas pessoas que passaram pela péssima experiência de ver esse monstro.
Tudo começa com uma tela preta avisando que a fita foi encontrada entre os destroços do que antes era o Central Park. Ou seja, já se sabe o que acontece com quem filma. Nesse aspecto não há surpresa, a surpresa é como ocorre e, principalmente, ver como tudo acontece.
Depois começa a introdução da fita, quando Jason e sua namorada Lily decidem fazer uma festa de despedida para o irmão do primeiro, Robert. A festa deveria ser filmada por Jason mas esse passa a responsabilidade para seu amigo Hud, visando poder se divertir e porque não que tomar depoimentos dos amigos de Bob (como é chamado Robert) e sim se divertir. Nesse interim há um início onde aparece Bob e sua namorada Beth marcando uma viagem e do nada corta para a festa.
Durante a própria festa Hud descobre que a fita que está sendo usada na câmera é a mesma onde Robert gravou seus momentos felizes com Beth, explicando porque tudo muda de repente e porque na gravação anterior aparece a data e na posterior não. Hud, no tom mais "nascimento" da palavra é um fanfarrão e de posse da câmera comanda os momentos mais hilários da fita.
Por sinal, esse é um dos pontos, digamos, "fracos" (aspas propositais), da fita: apesar de tentar colocar sentimentos no filme, o diretor não consegue nos envolver tanto com tudo porque o próprio marketing viral se volta contra. Pois como o tempo todo esperamos algo súbito, fica-se tão alerta na cadeira que não dá para deixar-se envolver com o lado "veja o que ficou pra trás" de antes de tudo acontecer.
Provavelmente isso só acontece quando se vê uma segunda vez o filme, pois apesar de tudo que mostra, quase vinte minutos ou mais da produção, não consegui me envolver e nem mesmo minha esposa, que é emotiva em cinemas, chegou a deixar cair uma lágrima, ou seja, a tensão foi maior que qualquer coisa.
No ápice da festa, após uma conversa entre Robert, Hud e Jason, o que está de partida decide que vai conversar com sua amada antes de partir. É quando acontece o tradicional clichê do "você não vai conseguir", depois disso cabeças voam e a guerra começa.
É impressionante o modo como nos envolve e você até determinado momento chega a se misturar com a película, vendo perigos em cada esquina e a morte rondando a tudo e a todos até o final anunciado no início da fita, que ocorre de modo súbito, e com um pouco de sentimentalismo, mas que fica para trás. Claro, chega-se a torcer e aparentemente uma pessoa escapa, mas não fica certo isso, e lógico que não direi quem.
Depois o filme acaba e consta a lenda que depois dos intermináveis créditos existe uma propaganda do próximo filme... E que não tive paciência de esperar, apesar de ter tentado. Claro, considerando que quem produziu criou Lost, não é surpreendente. Mas algumas coisas são respondidas e outras não:
- O monstro aparece, e assusta.
- O monstro não está só.
- Não explica de onde veio nem nada.
Se vale a pena assistir? Vale. De modo algum lembra Bruxa de Blair exceto nos minutos finais, quando existe a fatídica cena da menina pedindo socorro chorando e escorrendo ranho pelo nariz. Eu quase gargalhei quando identifiquei a cena no cinema (e tinham me dito que não tinha nada parecido).
Uma curiosidade é que no final, quando sobem os créditos, toca uma música que me lembra os filmes japoneses de Godzilla (apenas os japoneses). Seria referência ao caminho que o montro de cloverfield está rumando? Tomara... Pelo menos imagino um embate entre Godzilla e essa criatura, mesmo que seja apenas esperança. =)
Você não?
Nota? Acho que um 8,0 está de bom tamanho.
Ele peca por ser mais um filme-seriado, onde respostas surgem para criarem dúvidas que serão sanadas nas seqüências e por aí vai...
Para quem não viu, eis o trailer:
Ficha:
Nome Original:
- Cloverfield
Direção:
- Matt Reeves
Roteiro:
- Drew Goddard
Elenco:
- Michael Stahl-David é Robert Hawkins
- T. J. Miller é Hudson "Hud" Platt (o personagem que filma, diga-se de passagem)
- Jessica Lucas é Lily Ford
- Odette Yustman é Elizabeth "Beth" McIntyre
- Lizzy Caplan é Marlena Diamond
- Mike Vogel é Jason Hawkins
Sinopse:
Cinco jovens novaiorquinos dão uma festa de despedida para um amigo na noite em que um monstro do tamanho de um arranha-céu ataca a cidade. Contado do ponto de vista da câmera de vídeo deles, o filme é um documento de suas tentativas de sobreviver ao mais surreal e aterrorizador evento de suas vidas.
Estréia:
- 08/02/2008 (Brasil)
Onde vi:
- Sala 3 da Rede de Cinemas Kinoplex (Severiano Ribeiro) Tijuca Shopping, Rio de Janeiro - RJ, poltronas H09 até H11
Testemunhas:
- Eu;
- Minha esposa;
- Meu cunhado.
Incidentes:
- Pipoca de graça;
- Silêncio.
Ontem me deparei com minhas próprias expectativas ruins, motivadas por minha péssima e descepcionante experiência com o filme Bruxa de Blair, cuja proposta de fazer um filme sob a perspectiva de quem filma, em primeira pessoa, me descepcionou. Até apelidei o filme de "Monstro de Blair".
Graças a deus de certa forma mordi a língua, ao menos um pouco.
O filme tem um ritmo frenético e o tempo todo há tensão nas cenas, mesmo quando começamos a perceber que o filme está acabando. Convém lembrar que desde o início sabe-se seu final. Mas seu mérito não está na tensão que causa, mas na forma como aquilo te envolve, como aos poucos você vai se sentindo como alguém que está realmente recebendo o relato de algumas pessoas que passaram pela péssima experiência de ver esse monstro.
Tudo começa com uma tela preta avisando que a fita foi encontrada entre os destroços do que antes era o Central Park. Ou seja, já se sabe o que acontece com quem filma. Nesse aspecto não há surpresa, a surpresa é como ocorre e, principalmente, ver como tudo acontece.
Depois começa a introdução da fita, quando Jason e sua namorada Lily decidem fazer uma festa de despedida para o irmão do primeiro, Robert. A festa deveria ser filmada por Jason mas esse passa a responsabilidade para seu amigo Hud, visando poder se divertir e porque não que tomar depoimentos dos amigos de Bob (como é chamado Robert) e sim se divertir. Nesse interim há um início onde aparece Bob e sua namorada Beth marcando uma viagem e do nada corta para a festa.
Durante a própria festa Hud descobre que a fita que está sendo usada na câmera é a mesma onde Robert gravou seus momentos felizes com Beth, explicando porque tudo muda de repente e porque na gravação anterior aparece a data e na posterior não. Hud, no tom mais "nascimento" da palavra é um fanfarrão e de posse da câmera comanda os momentos mais hilários da fita.
Por sinal, esse é um dos pontos, digamos, "fracos" (aspas propositais), da fita: apesar de tentar colocar sentimentos no filme, o diretor não consegue nos envolver tanto com tudo porque o próprio marketing viral se volta contra. Pois como o tempo todo esperamos algo súbito, fica-se tão alerta na cadeira que não dá para deixar-se envolver com o lado "veja o que ficou pra trás" de antes de tudo acontecer.
Provavelmente isso só acontece quando se vê uma segunda vez o filme, pois apesar de tudo que mostra, quase vinte minutos ou mais da produção, não consegui me envolver e nem mesmo minha esposa, que é emotiva em cinemas, chegou a deixar cair uma lágrima, ou seja, a tensão foi maior que qualquer coisa.
No ápice da festa, após uma conversa entre Robert, Hud e Jason, o que está de partida decide que vai conversar com sua amada antes de partir. É quando acontece o tradicional clichê do "você não vai conseguir", depois disso cabeças voam e a guerra começa.
É impressionante o modo como nos envolve e você até determinado momento chega a se misturar com a película, vendo perigos em cada esquina e a morte rondando a tudo e a todos até o final anunciado no início da fita, que ocorre de modo súbito, e com um pouco de sentimentalismo, mas que fica para trás. Claro, chega-se a torcer e aparentemente uma pessoa escapa, mas não fica certo isso, e lógico que não direi quem.
Depois o filme acaba e consta a lenda que depois dos intermináveis créditos existe uma propaganda do próximo filme... E que não tive paciência de esperar, apesar de ter tentado. Claro, considerando que quem produziu criou Lost, não é surpreendente. Mas algumas coisas são respondidas e outras não:
- O monstro aparece, e assusta.
- O monstro não está só.
- Não explica de onde veio nem nada.
Se vale a pena assistir? Vale. De modo algum lembra Bruxa de Blair exceto nos minutos finais, quando existe a fatídica cena da menina pedindo socorro chorando e escorrendo ranho pelo nariz. Eu quase gargalhei quando identifiquei a cena no cinema (e tinham me dito que não tinha nada parecido).
Uma curiosidade é que no final, quando sobem os créditos, toca uma música que me lembra os filmes japoneses de Godzilla (apenas os japoneses). Seria referência ao caminho que o montro de cloverfield está rumando? Tomara... Pelo menos imagino um embate entre Godzilla e essa criatura, mesmo que seja apenas esperança. =)
Você não?
Nota? Acho que um 8,0 está de bom tamanho.
Ele peca por ser mais um filme-seriado, onde respostas surgem para criarem dúvidas que serão sanadas nas seqüências e por aí vai...
Para quem não viu, eis o trailer: