Google
 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

[Crítica] A Lenda de Beowulf


Antes de lavar a roupa suja, um pouco de informações sobre o filme:

Sinopse:

Inspirado em um antigo poema, o filme conta a história do destemido guerreiro escandinavo Beowulf (Ray Winstone), que precisa defender o reino do monarca Hrothgar (Anthony Hopkins) do feroz demônio Grendel (Crispin Glover). Em uma desesperada batalha, Beowulf acaba matando o monstro, atraindo para si a terrível ira de sua impiedosa e sedutora mãe (Angelina Jolie), que decide vingar sua morte. Anos mais tarde, Beowulf irá se deparar com o maior desafio de sua vida, personificado na figura de um poderoso dragão.

Onde assisti:

UCI Knoplex Norteshopping, do grupo Severiano Ribeiro, Sala 01, a sala 3D.

Horário:

19:45, terça-feira.

Agora vamos sentar o porrete... Ou não...

Nunca havia assistido filmes 3D, e o que vira nos 80 com meu pai naquele troço tosco de cores azul e vermelhas separadas em um óculos vagabundo é uma ofensa que graças a deus deu errado e obrigou os produtores a investir. Apesar de ter que engolir o filme dublado e usar um óculos que me fazia parecer uma versão gorda de um Clark Kent (vejam foto) fugitivo de um encontro de pseudo-intelecualóides (culpa do suor e da minha ótima câmera de desfocar), preferi a dublagem do que assistir do jeito tradicional.

Coisinha linda da mamãe... *cospe*

Disso não me arrependi.

Inicialmente penso que assistirei o filme sozxinho. Dentro da sal está apenas eu e minha esposa. Obviamente que não assistiria o filme se estivéssemos sós. É nesse momento que o caramulhão em meu ombro diz baixinho "tolinho...", e vejo pessoas entrando como se estivesse estourando pipoca, quando faltam menos que dez minutos para o início da seção. E eu entrei na sala quando faltavam vinte minutos.

Sinto uma certa preocupação quando vejo pais e mães acompanhados de seus filhos pequenos entrando no salão. Imediatamente pondero se foi correto de minha parte me arriscar a ver uma animação no cinema (a última animação que vi no cinema foi Turma da Mônica e o Vampiro, se não me enganei o nome do filme...), ao invés de no conforto do lar.

O filme começa de modo satisfatório. É uma festa onde todos comemoram a vitória do Rei sobre o dragão, e bebem muito, e comemoram de forma promíscua. Por sinal, é nesse ponto que começa a se entender porque esse filme FOI FEITO para ser visto em salas adaptadas para o 3D. O primeiro susto de ver uma coisas sendo arremessadas em você e seus olhos o enganarem com isso é algo fantástico.

Em seguida começo a perceber que o filme é realmente uma armadilha, e não para mim, mas para os pais. O rei se levanta e pede pelo início da fornicação. Opa! Começou bem... Depois de agarrar a esposa e uma história cantada por um bardo, por sinal bem violenta, o filme mostra suas garras, ou melhor dizer, monstruosidade. Grendel surge, tudo se escurece e o que se segue é uma completa e total matança, com direito a corpos divididos em dois e alguns desmembramentos. Uma criança reclama, baixinho que o filme está ruim. O pai manda calar a boca. Eu me empolgo enquanto os corpos voam pelo cenário até que finalmente o monstro encara o Rei e foge acuado, o resto da história, acompanhem no cinema.

O filme avança bem e cada vez mais sangrento. O tempo todo me imagino jogando um RPG medieval, daqueles dos mais violentos. Até mesmo a apelação em cima do Beowulf não apaga o ar bárbaro. Por sinal, o personagem-título possui nele um ar que me remete a Conan, e isso me empolgava ainda mais. Todas as tomadas são importantes e o tempo todo exploram as partes em 3D, como lanças que parecem que vão nos acertar ou mesmo nos ameaçar. Sustos, pequenos, mas não sustos como um Jogos Mortais, mas sustos causados quando surgem objetos no cenário que parecem que vão se chocar contigo. Em determinado momento cheguei até a me proteger de algo que foi arremessado. Claro que minha esposa riu.

Angelina Joile "nua" é a melhor parte do filme (por que será?). De todos os personagens baseados em atores reais, ela foi a mais próxima da perfeição. Exceto por dois pequenos detalhes podia jurar que era a própria interpretando e não uma animação em 3D. O filme é tão violento e frenético que em determinado momento uma criança começou a reclamar em voz alta e os pais foram repreendidos pelo pessoal que assistia o filme.

Por sinal, esse foi o maior lapso da censura. Era evidente em cada cena do filme, em cada diálogo e cena (o que não faltou foram as palavras "membro", "penetrar" e corpos masculinos quase nus) que o filme não foi feito para crianças de quatorze anos, sequer para as de dez anos que entraram acompanhadas com os pais. Simplesmente o termo "animação" não deveria bastar para a classificação do filme, e tenho a certeza que se fosse um filme com atores reais dificilmente não sofreria cortes ou seria classificado para maiores de 18 anos.

E o filme continua bem até que a face atual de Hollywood mostra-se nos minutos finais. Como tornou-se um praxe nas surperproduções heróicas ou do tipo, não existe um final claro e apenas uma das situações apresentadas no filme se resolvem. Não vou entregar qual a situação, mas quem assistiu sabe bem do que acontece nos minutos finais. Parece até que vai ter uma continuação, por sinal, parece que precisa ter uma... Mas será que não seria melhor concluir o filme ao invés de simplesmente enfiar os créditos?

Essa situação fez com que eu saísse do cinema descepcionado. A história é muito boa, o filme empolga e em determinados momentos não parece ser uma animação. Os personagens baseados em atores reais estão muito bem captados, e pelo jeito falta muito pouco para os atores de Hollywood abandonarem os sets de filmagem e se transformarem em meros dublês de luxo. Mas ainda assim não é perfeito como algumas fotos fazem parecer.

Por sinal, é muito interessante ver um heroi como Beowulf. A forma como ele definha desde sua primeira aparição até o final é muito interessante. Basta dizer que ele é um cara muito orgulhoso e no final torna-se triste, quase humilde. Mas a maneira como as mulheres são apresentadas no filme vai desagradar as feministas - apesar de condizer com o período e o povo retratado, o nórdico. São, a exceção da Rainha, meras fornecedoras de vagina. Seja por prazer ou fins reprodutivos.

E saí de lá com a certeza de que se tivesse assistido em uma sala normal, teria me descepcionado muito com o filme.

Nota? Se tivesse que dar, daria um 8 para a versão em 3D e um 6,5 para a versão normal, que quando tirei os óculos para ver, não empolgava nada. Dessa vez a combinação argumento+visual fez diferença.

Nenhum comentário:

BlogBlogs.Com.Br