As televisões que seguirão o novo padrão digital começarão a ser vendidas em breve, a partir do dia 2 de Dezembro.
São televisores que possuem imbutidos neles os decodificadores do sinal digital, que a partir de 2016* será a única forma de transmissão de televisão. Ou seja, se nos cafundós do judas uma pessoa tiver uma televisão velha e quiser assistir algo, não poderá, apenas vai lamentar e transformar sua televisão em enfeite ou mesinha de canto.
Como todo lançamento do Brasil segue o contrário do que ocorre no mundo, serão colocados no mercado os televisores apenas para o público que pode gastar R$ 7.000,00 e continuar sorrindo, o que não é meu caso e provavelmente não é da maioria dos leitores desse blog ou mesmo da população brasileira.
Não, não leram errado. Os televisores terão de 40 a 52 polegadas de tela, daqueles que não se colocam na maioria das salas brasileiras (porque as salas são pequenas) e custarão uma "bagatela" entre R$ 7.000,00 e R$14.000,00.
Não entendo como podem querer fazer isso. Até entendo quando dizem "é o capitalismo", mas é um capitalismo burro. Não vi anunciados modelos populares para o povão assistir televisão, ou seja, a televisão digital a príncipio corre o risco de ser luxo apenas de brasileiros ricos (mesmo porque o decodificador é caro) e no final das contas a televisão brasileira vai conseguir dar o empurrãozinho que a internet precisava para matar a televisão.
Porque não? Hoje em dia uma grande quantidade de pessoas não assiste mais programas que passam na televisão, optam por baixá-los. Com a televisão custando mais caro que um computador, e com a assinatura de banda larga mais barata que a da televisão a cabo, por quê não comprar um computador ao invés de um televisor? Compra uma televisão com monitor LCD enorme, sem conversor, enfia uma banda larga e passa a baixar seus episódios pela internet.
É errado? Depende da opção... Afinal de contas nada consegue proibir alguém de gravar episódios e dar aos amigos. Muitos faziam isso nos tempos da fita cassete, o método só mudou e a qualidade evoluiu (ou não, dependendo de alguns).
Ou seja, ou o preço dessas televisões diminui, e muito, assim como os dos decodificadores, ou veremos ruir como um todo a televisão brasileira, por falta primeiro de espectadores e depois de anunciantes.
Fica uma pergunta, as mais interessadas em manter o público (e os anunciantes), as emissoras, não poderiam subsidiar os custos de produção dos decodificadores ou parte deles, afinal de contas, quem ganharia com isso seriam eles, a longo prazo?
Nem precisa responder, me lembrei que estou no Brasil... E depois fazemos piada de português. =/
Fonte: O Globo.
Errata: O sinal analógico atual só será cortado em 2016, segundo informação dada pelo slin Shady, do http://cinemaafinseumadosedewhiskey.blogspot.com/. Em 2014 as televisões analógicas param de ser vendidas.